Ao longo da última década, tem-se observado um série de mudanças sócio-políticas e econômicas no mundo. Estamos presenciando conflitos geo-políticos numa escala local tanto quanto internacional, que vêm se intensificando devido às diferenças de renda, migrações, medidas de austeridade governamentais, repressão do descontentamento, e às políticas de controle das fronteiras, como seu controle mais rígido. Tais eventos fazem com que a classe social seja central a qualquer debate sobre as dinâmicas atuais na cena política global. Entretanto, classe não opera independentemente de outras estruturas sociais, mas como algo que exige uma perspetiva interdisciplinária de pesquisa e interseccional de discurso.
O ano de 2014 marca vinte cinco anos desde que Kimberle Crenshaw introduziu o termo “intersectionality” formalmente para descrever a maneira como categorias tais como “raça” e “classe” devem ser analisadas como complementares, e não como entidades separadas. Para que pudéssemos entender as complexidades de uma prática ou praxis. Crenshaw escreveu: “A experiência interseccional é mais do que a soma de racismo e machismo, e, por isso, qualquer análise que não leve isso em consideração não consegue retratar a realidade da subordinação de mulheres negras.” Enquanto Crenshaw descreve a experiência vivida de negras e o feminismo padrão nos Estados Unidos, a abordagem interseccional proposta por ela tem influenciado várias disciplinas e muitos grupos que se identificam e criticam exatamente os pontos de costura através dos as indentidades se manifestam e são contestadas.
Atualmente, vinte e cinco anos depois do que Crenshaw escreveu, acreditamos que seja importante lembrar a influência da interseccionalidade nas disciplinas e perguntar como ela pode ser estendida ou modificada para abordar as realidades de hoje. Nesse sentido, The Postcolonialist gostaria de pedir textos de todas as disciplinas nas humanidades e ciências sociais que investiguem ou representem a presença da interseccionalidade atualmente, e os modos e meios com quais vem sendo implementada e questionada como uma ferramenta analítica e paradigma teórico.
Para Peer Review: Buscamos textos e ensaios em inglês, espanhol, português e francês entre 5.000 e 7.500 palavras para os paraceristas. Textos em italiano também serão considerados. Há uma outra categoria, “Academic Dispatch,” que são textos de congressos entre 1.500 e 3.500 palavras. Os artigos devem ser enviados acompanhados por um resumo e uma lista de cinco palavras-chave. Os textos não devem conter nenhuma referência do autor para manter sua anonimidade. Não exigimos um formato padrão de citação, somente pedimos que o modelo usado seja convencional com relação à disciplina mais próxima do conteúdo do texto.
Ensaios editoriais ou obras artísticas relacionadas ao tema são bem-vindos também.
Dúvidas e textos podem ser enviados a: Editorinchief@postcolonialist.com. O Prazo é 19 de setembro de 2014.
Works Cited
KIMBERLE CRENSHAW, “Demarginalizing the Intersection of Race and Sex: A Black Feminist Critique of Antidiscrimination Doctrine, Feminist Theory and Antiracist Politics.” University of Chicago Legal Forum (1989): 139-167.